quarta-feira, 20 de abril de 2011

Porque cinza também é cor!


Acordei triste, mas não um triste digno de pena com ânsia de brigadeiro, necessidade de gente, precisão de colo ou abraço, não um triste com direito a caixas de lenços, remédios ou psicanalistas. Um triste quieto, rebuscado, calado, mudo, um triste necessário, profundo, estático. Só pra exercer o direito à tristeza, quebrar a obrigação do riso e desestabilizar a ditadura do "bem estar".

Sobre o meu tipo favorito de gente...


Gente que aquece em dias frios e traz frescor nos demasiadamente ensolarados.
Gente que se mostra por inteiro sem se desfazer do mistério.
Gente que não se cansa de provocar, seja sorrisos, lágrimas, gritos, silêncios, sossego, frenesi, segurança ou agitação.
Gente que na maioria das vezes não tem medo de ser gente, mas que as vezes se questiona se o é, só pra se sentir mais gente, pra aprender de fato o significado de ser gente.
Gente que dá prosa à minha poesia, que dá poesia à minha prosa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vontade

Vontade é um bicho estranho, bipolar, inquieto e faminto que se não for alimentado te consome, te engole por inteiro, te faz virar sua vida de ponta cabeça só pra saciar sua sede.
Algumas vezes se manifesta de modo manso, discreto de um jeito que dá pra disfarçar ou enganar, mas na maioria das vezes aparece do nada, te pega de jeito, te revira do avesso e depois adormece.

O pecado mortal


Dentre todos os pecados existentes o pior deles é a preguiça.
A preguiça de levantar do sofá, de seguir em frente, de voltar atrás, de continuar acreditando, preguiça de mudar, de conservar intactos certos valores, preguiça de continuar lúcido, de enlouquecer, preguiça de viver... Preguiça nos torna ranzinzas, opacos, sem luz, sem graça e é de tamanho mal gosto que chego a considera-la um pecado imperdoável, porque vai matando aos pouquinhos e quando você se dá conta, o estrago é do tamanho exato da sua falta de coragem. É preciso (re)aprender a dar o play, a sair da inércia. Só assim pra conseguir mais graça, mais prazer e mais gosto pela vida.